Quanto mais elevado é o espírito mais ele sofre.
Arthur Schopenhauer

sábado, 6 de agosto de 2011

CORRUPÇÃO, INJUSTIÇA E IMPUNIDADE – AS FACES DO PROBLEMA BONJESUENSE


CORRUPÇÃO, INJUSTIÇA E IMPUNIDADE – AS FACES DO PROBLEMA BONJESUENSE
 O grande Ulpiano (jurista romano – Tiro 150d.c – Roma 228d.c) definiu a justiça como sendo a vontade constante e perpétua de dar a cada um o que é seu. Antes disto, por volta dos anos 33, Jesus Cristo, após indagação dos fariseus, disse: “Dai a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus (Mateus 22:21)”.
Seguindo este ensinamento cristão, pode-se afirmar que a justiça é a virtude moral que inspira o ser humano a respeitar os direitos de seus semelhantes. Mas infelizmente, muito distante desta orientação, alguns   homens e mulheres, vivem aberta e claramente praticando toda sorte de injustiças entregando-se à corrupção, às contravenções, à traição e à covardia.
              Mas por que se cometem tantas injustiças? Ser virtuoso é ou não proveitoso?Afinal, a vida do injusto é melhor que a do justo?
          Ao tempo de Sócrates 470a.C., segundo Glaucon, já se dizia que a prática de uma injustiça era por natureza um bem e sofrê-la, um mal. Desse modo, ao se cometer um ato injusto, objetiva-se alcançar vantagens em detrimento de outrem que sofrerá as conseqüências que queimam como fogo abrasador,  enquanto que o injusto gozará do prazer daquilo que adquiriu com seu ato deletério.
Ser injustiçado, de qualquer sina, é ser punido sem dever. Assim, todo aquele que sofre injustiça, bebe do cálice angustiante da decepção e é fortemente tentado a mergulhar no mar da descrença das instituições, das leis, tratados e convenções.
O ser humano vive numa incansável busca de objetivos próprios, sejam eles materiais ou espirituais e para alcançá-los, vivem justa ou injustamente.  Muitos empregam aquela forma e o fazem por impossibilidade de praticar esta. Por esse prisma, conclui-se que não se é justo por sua própria vontade, mas constrangido por acolher em seu entendimento que a justiça, mesmo não sendo um bem para si, deve ser individualmente praticada sob o risco de retaliação social ou condenação divina. A prova está naqueles que para fugir dos olhos vigilantes da sociedade, camuflam-se com roupagens de virtuosos e justos para ocuparem os lugares oferecidos àqueles que praticam a justiça, e o pior é que muitas vezes conseguem, pois em todos os níveis e setores da sociedade, desde o grande político ao simples eleitor; do grande patrão ao simples empregado; do mais poderoso e mais arrogante ao mais simples e submisso cidadão, todos são tentados a enveredar-se pelas sendas dos defeitos. Infelizmente   jovens, adultos, velhos senhores e senhoras são cooptados pelo mal e convencidos de que tudo podem. E isto, se dá pela falsa crença que muitos têm que não prestarão contas de seus próprios atos ou não serão punidos.
Se todos os defeituosos sociais ou espirituais tivessem a certeza que cometendo injustiça sofreriam a devida punição, é claro e óbvio que pensariam duas, três, dez vezes ou mais, antes de cometê-la.  
A prática de crimes, contravenções, rebeldias e desobediência etc., sob o manto da impunidade traz prazer, é proveitoso. Como conseqüência, ainda projeta no plano social a imagem de que a vida do injusto e defeituoso é muito melhor que a vida do justo e virtuoso.
O povo de Bom Jesus das Selvas mais do que nunca, precisa atentar-se para este gravíssimo problema.  A questão não diz respeito só aos poderes constituídos, mas sim, a todo cidadão que deve responsavelmente, fazer cada um a sua parte, além de cobrar das autoridades, deve agir com justiça e sempre portar-se com honestidade com sua própria consciência. Desta forma, entende-se, a cidade caminhará de vitória em vitória, de decência em decência e a cada nascer do sol o dia despontará trazendo mais alegria e com ela mais prazer para se viver.
Dr. Albertino Alves Pereira
Advogado


Adaptado de O FOLHETO

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